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O notável Antônio Tavares

Não há dúvida de que todos os habitantes da Ilha do Ouro o tinham como protetor, pois, além de ofertar-lhe serviço na lavoura, mantinha-os afastados da fome e outras privações. Por causa deste comportamento exemplar, o povo de Porto da Folha também o acolheu como líder, sobretudo por sua relevante participação e competência no setor agrícola. Antônio Tavares foi um dos responsáveis pela posição alcançada por Porto da Folha na produção de arroz em determinadas ocasiões.

A famosa várzea da Ilha do Ouro era uma das propriedades do seu pai, Dr. Luiz Loureiro Tavares, que após morte passou a pertencer a dois herdeiros: Antônio Tavares e sua irmã, mas a degradação do São Francisco findou prejudicando a lavoura colhida anualmente na várzea, assim a propriedade foi perdendo o valor a cada ano. O povo comentava que Antônio Tavares desejava distribuir as terras entre meeiros e trabalhadores de várias décadas naquele local, mas sua irmã que vivia em Aracaju não concordava, e assim o problema foi se agravando a ponto de ele deixar o problema sob a coordenação do vaqueiro Júlio e aguardar uma posição da Justiça, pois a várzea chegou ao ponto de não ser mais lucrativa, a não ser o aluguel do pasto para pequenos pecuaristas da região.

Tavares era homem honesto e caridoso, muito querido pelos buraqueiros. O Sr. Gildo Gonçalves Rodrigues é testemunha disto.

O notável Antônio Dantas Tavares veio a falecer em Aracaju dia 17/09/1988 deixando o problema da várzea sem solução. Finalmente os herdeiros perderam a propriedade em definitivo, pois a Reforma Agrária fatiou as terras entre alguns merecedores e outra parte entre quem não merecia porque nunca trabalhou ali.

Fonte: Joaquim Santana Neto, edição outubro/2016.

Antônio Pinto de Resende (Sr. Totô)

Pedro Xavier de Melo

Antônio Dantas Tavares

ADMINISTRAÇÃO ANTÔNIO TAVARES

Em 03 de outubro de 1958 ocorreram eleições para governador, senador, deputados estaduais e federais, prefeitos e vereadores. O eleitorado portofolhense compareceu às urnas para eleger Antônio Dantas Tavares (UDN) prefeito, ao passo que Sergipe elegia Luiz Garcia para governador.

Nesta ocasião em Porto da Folha foram eleitos os vereadores Elizeu Poderoso da Silva, Manoel Joaquim Lima, Luiz Alves de Sá, José Pereira Valença e José Pereira Dantas (Zé de Simeão).

Entre janeiro de 1959 e dezembro de 1960 a prefeitura esteve a cargo do gentil agricultor Antônio Tavares. O autor deste texto conheceu pessoalmente o referido gestor, bem como a fábrica de beneficiamento de arroz em plena atividade sob sua coordenação no povoado Ilha do Ouro. Não há dúvida de que a população daquele núcleo o tinha como protetor, pois, além de ofertar-lhe serviço na lavoura, mantinha-a afastada de outras privações. O comportamento exemplar de Antônio Tavares, no setor agrícola, fez com que Porto da Folha o acolhesse como líder político naquele momento, Deve-se a ele a posição alcançada pelo município na produção de arroz em determinada ocasião. Já na condição de executivo sua gestão não foi muito plausível devido, principalmente, problema de saúde pessoal e também sua constante permanência na capital onde residia sua família. Durante a ausência do gestor, a prefeitura ficava a cargo do vereador Eliseu Poderoso da Silva.

Apesar de ter conduzido o município durante apenas dois anos e ter cedido o cargo para Antônio Pinto de Resende concluir a gestão, Antônio Tavares foi o mentor de parte do calçamento com lajotas de pedras na Rua Cel. João Fernandes, do beco da esquina até a casa de Miguel Maceió.

Em Sergipe a governança esteve com Luiz Garcia entre 1959 e 1962, o qual, também por motivo de saúde, passou o cargo para Dionísio de Araújo Machado seis meses antes do término. Permanecendo este até a posse do ribeirinho João de Seixas Dória em 31 de janeiro de 1963.

Presidente do Brasil nesta ocasião: Juscelino Kubistchek (1956-1961), sucedido por Jânio Quadros (1961).

Antônio Dantas Tavares nasceu em Porto da Folha dia 19/07/1922, filho de Luiz Loureiro Tavares e Rosa Dantas Tavares. Faleceu em Aracaju dia 17/09/1988. O pai de Antônio Tavares foi quem incentivou Manoel de Souza Lima a pleitear vaga de delegado em Porto da Folha, a partir deste incentivo criou-se a alcunha “Manezinho Delegado”.

por Joaquim Santana Neto (reedição maio/2021)