Sua versão do navegador está desatualizado. Recomendamos que você atualize seu navegador para uma versão mais recente.

Seja Bem Vindo!

 

Padre GideiltonPadre Gideilton

 

Padre Ciro RicardoPadre Ciro Ricardo

 

Padre Rinaldo RezendePadre Rinaldo Rezende

 

Padre Francisco LuizPadre Francisco Luiz

 

Padre MarivaldoPadre Marivaldo

 

Padre José MartinsPadre José Martins 

 

 

 

 

Igreja matriz Porto da Folha/SEIgreja matriz Porto da Folha/SE

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

Padre GervásioPadre Gervásio

 Padre Gervásio de Souza Feitosa

         Gervásio de Souza Feitosa é natural de Porto da Folha, nasceu dia 24/04/1907, filho de Manoel Ezequiel de Souza Feitosa e Adélia de Souza Feitosa.

          Apesar da morte precoce do Sr. Ezequiel em 1919, a família ficou protegida financeiramente, pois havia deixado algumas propriedades de considerável valor, isso fez com que Gervásio de Souza concluísse todos os cursos, do ginásio ao superior no Seminário Diocesano de Aracaju, e prosseguisse com firmeza em direção ao principal objetivo.

          Aos 24 anos de idade, Gervásio de Souza Feitosa foi ordenado sacerdote por Dom José Tomaz Gomes da Silva. Estando no Seminário Maior, Gervásio foi professor no Seminário Menor entre 1927 e 1929. Recém-ordenado, foi nomeado Capelão da igreja São Salvador em Aracaju, e desta foi transferido para a paróquia de Japoatã; a seguir, para a de Vila Nova (Neópolis); e , finalmente para a capela de Campo do Brito onde permaneceu por cerca de 20 anos.

          Pároco trabalhador, pregador vibrante. Padre Gervásio dedicou-se muito a igreja, inclusive construindo capelas e reformando igrejas por onde passou, a exemplo da igreja de Santo Antônio em Neópolis, que foi toda reformada recebendo um forro novo de madeira; essa reforma foi feita em mutirões utilizando mão de obra de jovens e crianças. Segundo ele, essa era a maneira pedagógica de envolver a comunidade na obra de Deus. Nesta época o Padre Gervásio publicou um livro de poesias, intitulado “Flutuantes”, todas as poesias em louvor a Nossa Senhora.

          Devoto fervoroso de Nossa Senhora da Conceição, que ele emocionado e às vezes lacrimejando chamava minha madrinha. Padre Gervásio não perdia a festa de 08 de dezembro em Porto da Folha, vez em quando vinha com o Padre João Lima Feitosa ou sozinho dirigindo seu jipe para a festa que ele tanto gostava. Repetiu esse gesto enquanto as condições físicas permitiram. Padre Gervásio era alegre, bem humorado, mas quando perdia a paciência ficava bravo. Era destemido e determinado. Numa destas viagens anuais para a Festa da Padroeira em Porto da Folha, parou o jipe perto de um grupo de pessoas às margens do riacho Gararu, era noite e as pessoas estavam com medo de atravessar na velha ponte de madeira, em face das chuvas de trovoada que elevavam o nível do riacho e a ponte parecia não resistir a força das águas. Ele voltou ao jipe e, em meio a advertência do perigo, avisou: “Oh povo sem fé! Saiam da frente que eu vou passar; estou com a proteção de minha madrinha Nossa Senhora da Conceição”, e desapareceu na escuridão, pela estrada enlameada e esburacada, em direção a Porto da Folha.

          Em meados da década de 1960, Dom José Vicente Távora o transferiu da igreja de Campo do Brito para Aracaju e não lhe deu mais paróquia, arranjou-lhe um emprego de Professor na rede municipal e o aconselhou a solicitar dispensa do Ministério Sacerdotal, a fim de cuidas das filhas que ele tinha em Campo do Brito. Ele aceitou, em parte, a proposta do Bispo. Mudou-se para Aracaju, e tornou-se professor de Moral e Cívica do Colégio Getúlio Vargas, mas por problema de consciência não solicitou a dispensa do ministério. Vendeu a fazenda de 600 tarefas, que tinha perto da cidade de Campo do Brito,onde criava gado, comprou um sítio de 100 tarefas no Feijão, município de São Cristóvão, para veraneio e finais de semana, e uma casa na Rua Rosário no bairro Santo Antônio em Aracaju. Foi buscar as filhas em Campo do Brito – Maria de Fátima, Maria das Graças e Daliane – e passou a morar com elas nesta casa, dedicando-se ao magistério e às filhas.

          Aposentado, com as filhas criadas e encaminhadas na vida, Padre Gervásio mudou-se para a Casa Paroquial da Catedral, na Praça Monsenhor Olímpio Campos, formando uma comunidade com os Padres Osvaldo, Claudionor e Arnóbio. Na capelinha da casa paroquial, ele celebrava missa diariamente às 6 horas da manhã. Por essa época, Dom Luciano ofereceu-lhe uma paróquia, mas já idoso, Padre Gervásio não aceitou. O Bispo recomendou, então, que ele solicitasse dispensa do ministério, mas ele se recusou. O Bispo recorreu a Manoel Assis Feitosa, irmão do Padre Gervásio, para interceder no caso, mas ele foi irredutível. Continuou no ministério, sem paróquia. Em conversa com o sobrinho Hermógenes Feitosa de Oliveira, ele confidenciou: “Eu tive meus problemas, mas não posso deixar o sacerdócio. Quando agente se ordena, torna-se Padre para sempre”.

          Com idade avançada, o Notável Padre Gervásio foi morar com a filha Maria de Fátima no bairro São José em Aracaju, onde faleceu aos 82 anos, dia 14/06/1989.

          Em reconhecimento a importância do Padre Gervásio no contexto sacerdotal, a população de Porto da Folha o acolhe como Ilustre filho deste município. 

Obs.: A presente biografia foi transcrita do livro “Porto da Folha – Fragmentos da História e Esboços Biográficos”, de Manoel Alves de Souza. Maiores detalhes sobre o Padre Gervásio estão no citado livro.