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SANTOS INOCENTES
DO ALTO SERTÃO SERGIPANO
Em antiga era do ano de 1907, as crianças João e Alexandrina residiam com seus pais na Fazenda Lajedo, propriedade isolada e sem vizinhança, no Município de Porto da Folha, alto Sertão Sergipano.
Por ocasião da quaresma, daquele ano, João e Alexandrina saíram de casa com sua mãe e se dirigiram ao tanque dos Altos Verde para lavar roupas.
Ao chegarem na aguada sua genitora inciou a lavagem e as duas criança foram coletar umbu na redondeza e como se distanciaram, terminaram por se perder.
Ao concluir se serviço a mãe, após insistentes chamados, começou a se desesperar por não obter respostas dos meninos.
Ao retornar à Fazenda Lajedo a mãe se inquietou mais ainda por não ter com que dividir sua angustia pois seu marido tinha ido a Ribeirópolis para vender peixe.
No dia seguinte apareceu um senhor e ela contou a ocorrência do desaparecimento dos seus filhos. Antes de se despedir o visitante prometeu providenciar ajuda a seus conhecidos para iniciar uma busca mais rigorosa das crianças desaparecidas.
Ao retornar, o pai soube da história e logo se somou ao grupo que procurava os meninos.
Após três dias eles foram encontrados. Alexandrina já estava morta e João tinha retirado a camisa e colocado no rosto dela. Ela estava com uma palma de quipá, com espinhos enfiados nas mãos. João bastante debilitado se escorava numa catingueira. Os homens que andavam à procura das crianças, ao encontrarem João, já o acharam em fase terminal ao tentarem reabilitá-lo colocando água em sua boca, ele não resistiu e findou falecendo.
Este acontecimento impressionou deveras toda a população da redondeza da Fazenda Lajedo. Com o decorrer do tempo no local onde faleceram e foram enterrados as crianças João e Alexandrina, foi erguida uma capelinha, também conhecida no Sertão como casa de oração, pelo pai de Neco Pereira(Manoel Pereira de Barros, ex vereador de Monte Alegre de Sergipe). Este local é conhecido e venerado por boa parte da população da redondeza como “Cruzinhas”
Atualmente este local, conhecido como Cruzinhas, é visitado e venerado por boa parte dos habitantes da redondeza; desde então começaram a considerar o recinto como pleno devocional de catolicismo popular.
Ao alcançarem graças por intercessão das crianças, em sinal de reconhecimento, colocaram na casa de oração ex-voto de madeira(cabeça, braço, perna, pé), fitas, mortalhas e outros artefatos de madeira ou gesso.
Segundo Maria Alves Lima Santos, conhecida como "Dona Aiá, com 85 anos(2012), sobrinha dos inocentes, informou que o pai dos meninos eram Pedro Alves Lima, conhecido como Pedrinho do Lajedo e a mãe era conhecida como Dona "Nene".
O pai de Dona Aiá é Manoel Alves Lima, o terceiro é irmão de João e Alexandrina. O Senhor Guedes pai de Joãozinho Guedes do Povoado Lagoa Redondo é tio dos das Crianças por parte da mãe.
Os "Cabelê" é tio de João e Alexandrina por parte do pai.
O pai de Dona Aiá é Manoel Alves Lima, o terceiro é irmão de João e Alexandrina. O Senhor Guedes pai de Joãozinho Guedes do Povoado Lagoa Redondo é tio dos das Crianças por parte da mãe.
Os "Cabelê" é tio de João e Alexandrina por parte do pai.